sábado, 30 de dezembro de 2006

O YouTube e o futuro da net

Reproduzo um texto interessante e premonitório (?) do Abrupto sobre o YouTube e o futuro da net. Reproduzo, com devida vénia, pois o Abrupto não permite 'linkar' postas.
Este blog do vosso humilde servo reflecte um pouco esta transformação dos blogues em coisas para serem vistas mais do que lidas. O número de postas com texto é infinitamente menor do que aquele que contêm apenas imagem ou vídeo.
"O You Tube ajudou-nos a “nós” a ficar na imagem do espelho da “pessoa do ano” na revista Time. Os milhões de visionamentos de vídeos do You Tube suscitaram de novo as glórias utópicas da Rede, feita por todos para todos, gratuita e desinteressadamente. Mas o You Tube é um sinal de outras coisas: de uma Rede que cada vez mais vai deixar de ser “escrita” e “lida”, para passar a ser “vista”. É natural que assim seja, é a vista, o sentido da visão que mais em nós manda, quanto mais nós somos “nós”. Já foi assim cá fora com a televisão, será assim lá dentro: a imagem será mais importante que a palavra, quanto maior for o número de pessoas que constitua o “nós” da Rede. No fundo, o You Tube é só um sinal percursor." J.P.P. in Abrupto

2 comentários:

Anónimo disse...

A maior parte dos vídeos que se consomem no Youtube carregam palavras dentro, ditas ou cantadas. Se se percorrer os exemplos que já entraram no blog deste nosso humilde servo, quantos são visíveis sem som, que não é apenas música? É um discurso limitado contrapor "escrita" e "lida" a apenas "vista", e não a "vista", "dita" e "ouvida", como é o caso.

Dois links: para um poeta de quem eu gosto muito, e para o post Abrupto (os links estão escondidos nas horas).

Oberon disse...

Obrigado pela dica dos links do Abrupto e pelo vídeo.
De facto é um pouco limitado dizer que o que é para ser visto não é também lido. O que eu sinto é que este será um sinal da aceleração do tempo. Não há tempo para 'ler', só para 'ver'... e mesmo assim, se o que é visto não nos cativa nos primeiros 5 segundos, fecha-se o vídeo e segue-se para outro. Uma pouca da forma quando os primeiros parágrafos dum livro não nos seduzem, larga-se o livro provavelmente para não se voltar a ler...